A notícia de que o governo da Síria teria utilizado armas químicas em ataques internos, causando a morte de mais de 1400 pessoas, dominou o noticiário no último mês. Como você deve ter visto, as acusações contra o regime do presidente Bashar al-Assad serviram, entre outras coisas, para reacender a discussão sobre o uso desse tipo de arma. Por isso, na edição de outubro da SUPER, você encontra um infográfico especial sobre as polêmicas da guerra química.
Mas você vai notar que alguns produtos “famosos” ficaram de fora da
matéria , como o napalm e o agente laranja. Por que isso aconteceu?
Porque, apesar de conhecidos, eles não são considerados armas químicas.
Na lista abaixo, você conhece 4 casos de agentes que parecem armas
químicas, mas não são:
1. Napalm
A fórmula mais usada leva benzeno e poliestireno e pode queimar por
10 minutos a quase 1200 °C, suficiente para derreter uma barra de ouro.
Mas não é arma química porque é usado com gasolina para aumentar os
efeitos de uma bomba ou lança-chamas. Ou seja, napalm é um turbo de arma
de fogo. Na foto, uma cena emblemática: bombas de napalm americanas
explodem nos campos do sul de Saigon durante a Guerra do Vietnã.
Toxinas são materiais venenosos produzidos por plantas, animais ou microrganismos. A ricina, famosa na série Breaking Bad, é extraída da mamona e pode interromper a síntese de proteínas no corpo, o que causa a morte das células.
Combinação de dois herbicidas que destrói matas fechadas. Também foi
usada na Guerra do Vietnã, quando os EUA derramaram 80 milhões de litros
em florestas para revelar guerrilheiros vietcongues escondidos. Isso
causou doenças de pele, câncer e outros problemas em veteranos dos dois
lados da guerra. O governo vietnamita aponta 4 milhões de vítimas não
fatais infectadas pelo agente laranja na época do conflito e nas décadas
seguintes.
4. Gás lacrimogêneo
É um agente antimotim, usado para dispersar multidões. Feito com base
em substâncias como o gás CS misturado com solventes. Em contato com os
olhos, causa lacrimejamento e queimação. O produto que combate os
sintomas virou símbolo das manifestações de junho: vinagre. A imagem
acima mostra, porém, que o gás lacrimogêneo não é exclusividade da
polícia brasileira: durante um protesto contra medidas econômicas do
governo da Grécia, em 2011, um policial direcionou um jato de gás
diretamente no rosto de um manifestante.
Imagens: GettyImages, Wikimedia Commons e Divulgação