“Porque, se fomos
unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na
semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.5).
Através da morte de Jesus abriu-se a porta do céu para nós
Os três dias entre a Sexta-Feira da Paixão e a Páscoa, entre a morte
e a ressurreição de Jesus, não são apenas os dias mais importantes da Sua vida,
mas também os mais importantes para toda a humanidade. Se esses dois acontecimentos
não tivessem ocorrido, seríamos as criaturas mais miseráveis do mundo. Não teremos
vida eterna no céu a não ser que entreguemos nossas vidas a Jesus durante nossa
existência terrena. Que permuta abençoada! Você está disposto a entregar ao Senhor
sua vida pecaminosa? Em troca Ele lhe dará Sua vida eterna! De outro modo, Jesus
não precisaria ter suportado a crucificação por nós. Prezado leitor, tenha consciência
disto: a morte e a ressureição de Jesus têm conseqüências pessoais para seu futuro
eterno. Pense no caminho de salvação pelo qual Deus conduziu Israel no passado,
e que teve cumprimento em Seu Filho Jesus. Avalie as implicações para sua vida
e tome uma decisão!
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Nosso modelo: o procedimento de Deus com Israel
Israel comemora na páscoa (pessach) o que nós lembramos na Sexta-Feira
da Paixão. Mas, infelizmente, Israel ainda não entende a Páscoa. A festa judaica
de pessach é uma festa memorial da noite anterior à libertação do cativeiro e
da escravidão no Egito, que duraram 430 anos. Deus havia ordenado ao povo da
Sua aliança que passasse o sangue de um cordeiro nas ombreiras e vergas das portas
de suas casas, para poupar da morte os primogênitos dos hebreus, levando-os à
libertação do jugo egípcio. Com esse sangue Israel foi protegido do juízo de
Deus sobre o Egito e salvo para partir em liberdade. Isso teve grande significado
profético, pois assim Deus anunciou nossa salvação a ser realizada no Calvário.
Deus ordenou ao povo da Sua aliança que mantivesse viva a lembrança
dessa libertação maravilhosa e comemorasse anualmente a festa da páscoa como recordação.
Essa maravilhosa história é contada no livro do Êxodo. Também Jesus sempre comemorava
a festa da páscoa. Da última vez, Ele a comemorou consciente de Sua morte iminente,
quando Ele próprio seria o Cordeiro Pascal, conforme a vontade de Seu Pai.
Assim como a salvação de Israel aconteceu por meio de um sacrifício
de sangue, é necessário o sangue de Jesus para nossa salvação eterna. Deus disse
ao povo da Sua aliança: “Porque a vida da
carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela
vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida” (Lv
17.11). Hebreus 9.22 confirma: “...sem
derramamento de sangue, não há remissão”. Precisamos ter em mente: o perdão
dos nossos pecados sempre depende do sangue expiatório inocente. Essa é a eterna
e imutável lei de Deus!
Por essa razão, na Antiga Aliança foram derramados rios de sangue
de animais, conforme as leis dos sacrifícios. Esse sangue cobria o pecado, mas não podia eliminá-lo. Incontáveis animais inocentes
morreram pelas pessoas. Que coisa desagradável, brutal e macabra! Mas para Deus
o pecado é ainda mais repugnante, brutal e macabro! E naturalmente a morte de
animais inocentes tinha de acontecer por imolação. Quando se conta essa história
às crianças, inevitavelmente elas dizem que os animais inocentes não tinham culpa
e sentem pena deles. Certo! Mas justamente esse é o significado do sacrifício.
Trata-se de bem mais que um simples ritual, porque somente sangue inocente pode produzir expiação. Jesus estava disposto a oferecer
Sua vida singular, inocente e santa em sacrifício no altar. Por você e por mim!
Só por esse caminho foi possível realizar a expiação pelos seus e pelos meus pecados.
Isto não existe em nenhuma outra religião: plena libertação do fardo do pecado.
A Epístola aos Hebreus explica a respeito de Jesus: “Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio
sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção”
(Hb 9.12).
A morte de Jesus não é algo vago
Em outras palavras: a morte de Jesus não deve deixar indiferentes,
neutros ou apáticos nem aos judeus nem aos gentios, nem a você nem a mim. Pois,
em primeiro lugar, a morte de Jesus está diretamente relacionada com nosso pecado
e, em segundo lugar, todos nós teremos de comparecer diante dEle e prestar contas
de nossos atos e das nossas omissões.
“Porque, se fomos unidos com
ele na semelhança da sua morte...” Você já meditou a respeito do Calvário,
também chamado de Monte da Caveira, onde Jesus expirou com as palavras “Está consumado!”? É algo profundo e emocionante
lembrar desse lugar tão significativo! Mas meditar e chorar pelo fato histórico
da morte brutal de Jesus não é nada mais que uma emoção passageira, se você não
estiver completamente identificado com Jesus, caso você não se tenha tornado um com Cristo em Sua terrível morte. Isso
vale para todos nós, independentemente do lugar em que vivemos. A Bíblia Viva
diz em Romanos 6.5: “Vocês são agora uma
parte dEle, e assim é que morreram com Ele, por assim dizer, quando Ele morreu,
e agora participam da sua vida nova, e ressuscitarão como Ele ressuscitou.” Para você (e naturalmente também para mim) isso significa, falando de maneira
bem simples: é preciso tornar-se um com Cristo em Sua morte. O que quer dizer isso? É preciso ser crucificado? Não! Alguém já fez isso por você! O apóstolo
Paulo diz: “sabendo isto: que foi crucificado
com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não
sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6), e: “Estou crucificado com Cristo” (Gl 2.19).
Quem recebeu de Jesus o perdão de seus pecados e uma nova vida,
tem a imperiosa necessidade de agradecer ao seu Salvador e, mais ainda, de ficar
íntima e eternamente em comunhão com Ele. Essa é a característica de uma conversão
verdadeira. Uma pessoa renascida reconhece pelas Sagradas Escrituras que tem a
possibilidade e a obrigação de entregar sua vida na morte de Jesus. Por exemplo,
quando um crente é batizado e submerso nas águas, isso significa simbolicamente
para ele: “Estou sendo batizado na morte de Jesus no sepulcro das águas. Entrego
à morte minha natureza adâmica pecaminosa. Separo-me de minha velha vida de pecados
e vou levantar na certeza da ressurreição. Sepultado com Cristo, ressurreto com
Cristo!” Isso é salvação! Isso é certeza de salvação! “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc 16.16). Porém, o batismo
em si não tem poder de salvar e também não nos torna “melhores”, pois a fé em
Jesus Cristo é a condição para a salvação. “Fomos,
pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida”
(Rm 6.4). A morte de Jesus, portanto, não deve continuar sendo indiferente
para nós, ela não deve nos deixar apáticos, mas precisa manifestar-se em nós de
maneira salvadora pela entrega consciente de nossa vida ao Salvador.
“...certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição”
Desviemos nosso olhar do Calvário para o
sepulcro. Ele está aberto, a pedra se foi. Pode-se entrar. Nem o cadáver nem os
ossos foram jamais encontrados ali dentro, pois o sepulcro estava vazio. “Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse:
Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está
aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia” (Mt 28.5-6). Mais tarde Ele apareceu a Seus discípulos temerosos, sem censurá-los por não terem
sido fiéis até o fim. Ele colocou-Se em seu meio saudando: “Shalom! Paz!”
Jesus, que esteve antes dependurado na cruz, rompeu as correntes
da morte e saiu do sepulcro como herói ressurreto. Que enorme poder foi manifestado
ali! Jamais, no Universo inteiro, havia entrado em ação uma energia tão grande,
milhões de vezes superior a qualquer energia atômica. A morte, o último inimigo,
foi vencida por Jesus! Todos os descendentes de Adão estavam sujeitos a ela,
que fazia da terra um cemitério. Muitos ignoram a morte, lançando-se em prazeres,
agitação e euforia. Outros lutam desesperadamente contra a morte, mas ela prende
a todos em sua maldição. Quaisquer tratamentos de rejuvenescimento, toda a revolta
contra a morte, qualquer resistência, são inúteis: a morte alcança a todos com
implacável certeza: “Portanto, assim como
por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também
a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). “E, assim como aos homens está ordenado morrerem
uma só vez, vindo, depois disto o juízo” (Hb 9.27). Jamais conseguiremos
avaliar a profundidade dos sofrimentos da morte de Jesus. Nunca poderemos entender
a gravidade da ira de Deus sobre o pecado, a gravidade do juízo que Jesus tomou
sobre Si. Esse foi o preço que Ele pagou pela vitória da ressurreição: “Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo
oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar
da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade” (Hb 5.7). A Bíblia
Viva diz: “Ainda mais, enquanto estava aqui
na terra, Cristo suplicou a Deus, orando com lágrimas e agonia de alma ao único
que O salvaria da morte (prematura). E Deus ouviu as orações dEle por causa do
seu intenso desejo de obedecer a Deus em todos os momentos.” O profeta
Isaías já profetizou 700 anos antes: “Certamente,
ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e
nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.4-5).
o.
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Como foi grande o Seu amor por nós, fazendo-O tomar o amargo cálice
do sofrimento até a última gota! Só isso levou ao triunfo: “vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que
os anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de
honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem” (Hb 2.9). Ele fez isso por você e por mim! Será possível que um amor tão grande deixe você
indiferente?
Desde o Calvário, todos os filhos de Deus são incluídos no triunfo
da ressurreição de nosso Salvador Jesus Cristo: “...o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade,
mediante o evangelho” (2 Tm 1.10). Quem nasceu de Deus é participante da
ressureição e da vida eterna na glória: “Em
verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte,
eternamente” (Jo 8.51). Um ser humano jamais poderia afirmar algo assim a
respeito de si mesmo. Mas essas são palavras ditas na autoridade suprema e com
o poder dAquele que venceu a morte.
Agora a morte não consegue mais reter nenhum filho de Deus. Aqueles
que são propriedade de Jesus, que têm fé no Senhor, não verão a morte nem o inferno
quando falecerem. Nem o purgatório ou algum “fogo purificador” são mencionados
em qualquer parte da Palavra de Deus. Caso existisse essa possibilidade após a
morte, Jesus nos teria informado a respeito. Mesmo ao malfeitor na cruz o Senhor
disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc
23.43). Se morrermos na fé em Jesus Cristo, estaremos com o Senhor e ficaremos
eternamente com Ele. Se não morrermos no Senhor, então as orações também não nos
levarão ao céu, pois entre o céu e o inferno existe um abismo intransponível.
Encontramos a confirmação desse fato na história do rico e de Lázaro no Evangelho
de Lucas, capítulo 16.
Júbilo de Páscoa
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Paulo, o apóstolo judeu, estava seguro
em sua esperança eterna ao dizer: “Estamos
em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2 Co
5.8). Então, se você é propriedade de Jesus, alegre-se, pois vale para você
aquilo que Jesus falou a Seus discípulos: “Não
se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu
Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos
lugar” (Jo 14.1-2). Portanto, não se assuste, prezado filho de Deus, e não
tenha medo do sepulcro! Se viveu no Senhor, você também vai morrer no Senhor, e
ressuscitará quando a trombeta soar. Então também o seu sepulcro estará vazio!
Quem foi crucificado com Cristo também ressuscitará com Ele: “Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora,
ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos
até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor
mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta
de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts
4.14-16). Esse é o nosso júbilo de Páscoa! O que você ainda tiver de
sofrer – sofra-o com Jesus! O Vencedor da morte o conduzirá em Sua vitória para
muito além do sepulcro, até a grandiosa glória do céu!
Ressurreição e renascimento de Israel
Em Israel, em Jerusalém, aconteceu o
maior erro judiciário de todos os tempos. Um judeu absolutamente inocente, Rei
e Messias de Israel, Filho de Deus, foi executado como criminoso. Israel, como
povo, até aos dias de hoje ainda está cego e morto em seus pecados, por ter rejeitado
o Messias. Preocupa-nos que Israel não conheça a Páscoa, com exceção dos judeus
que crêem no Messias. Mas no fim dos dias, quando Israel clamar por ajuda em
meio à sua maior aflição, quando Zacarias 12-14 estiverem cumpridos, e quando
tiver sido tirado o véu de seus olhos, eles verão Aquele a quem traspassaram
– vão reconhecê-lO e aceitá-lO. Esse será o renascimento e a conversão de Israel.
Então Israel passará a ser um testemunho confiável e uma bênção para o mundo todo
– e nós entoaremos juntamente com eles o júbilo de Páscoa: Jesus vive, e com
Ele eu também vivo! (Burkhard Vetsch - http://www.beth-shalom.com.br)
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