A Indiferença

A indiferença é um sentimento neutro, mas  que faz muito mal.  Costumamos definir uma pessoa indiferente como alguém que “não sente, nem sofre”. É um sentimento que mantém à margem a pessoa que se comporta assim. No entanto, quando recebemos um golpe de indiferença de alguém, suas garras produzem feridas muito dolorosas em nós.
Pensar que alguém é indiferente é atribuir a ela uma série de adjetivos que não têm quase nada a ver com o ideal de uma pessoa virtuosa. A indiferença está associada à insensibilidade, ao desapego e à frieza, características que não combinam muito com a condição social que nós, seres humanos, vivemos, que faz com que nos relacionemos com outras pessoas.
Ser indiferente quer dizer que “nada nos interessa”, que não sentimos nada frente a uma situação ou pessoa, que “tudo dá no mesmo”. Mesmo que estejamos seguros de que isto é assim, é preciso perguntar, também, se é possível conseguir isolar nossas emoções desta forma. Quando mostramos indiferença em relação a algo ou alguém, o que realmente fazemos é nos afastar dessa pessoa ou dessa circunstância.

A indiferença dói

A vida está cheia de momentos e circunstâncias nas quais optar pela indiferença nem sempre é a melhor opção. Podemos nos importar muito ou pouco, mas nunca podemos deixar de sentir. Esse é um recurso que nos permite escolher alguns estímulos para, então, senti-los, ou simplesmente afastá-los de nós. Portanto, a indiferença absoluta nunca é boa.
A sabedoria popular diz que “a indiferença é a resposta mais dura, mesmo quando esperamos pouco”Está comprovado que, quando direcionamos nossa indiferença para outra pessoa, essa atitude é uma das mais agressivas e dolorosas que podemos ter. Mostrar nossa indiferença a alguém implica que estamos retirando todos os nossos sentimentos, que nada mais existe para nós.
Mas nem sempre a indiferença é somente negativa. Ela também é às vezes um mecanismo de defesa, ao qual nos agarramos para não sofrer contínuas decepções perante os contratempos da vida. O que na verdade não é bom, mas nos "impede" de sofremos ainda mais no momento.“Nos manter à margem” ou “não esperar nada de nada, nem de ninguém”, é uma maneira insólita de nos proteger. Se não pudéssemos recorrer à neutralidade e tivéssemos que dar uma resposta negativa ou positiva para cada estímulo que recebemos, acabaríamos esgotados, por isso muitas vezes nos calamos e nos fazemos indiferentes, mas de uma maneira menos agressiva, mas não menos dolorosa.
Indiferença 

s. f.

1. Qualidade daquele ou daquilo que é indiferente.
2. Falta de cuidado, de zelo.
3. Apatia.
4. Desprezo.
5. Negligência.
6. Estado de uma pessoa a quem tão pouco importa uma coisa como o contrário dela.
7. Frieza; insensibilidade.
-Eu vejo pessoas indiferentes...
-Com que frequência? 
-O tempo todo.
Triste? Sim, mas bem real e constante. No trabalho, eu sinto que as pessoas, a cada dia que passa se tornam mais indiferentes. Parecem te olhar mas não te vêem. Parecem te ouvir mas não te escutam. Por mais que você se esforce e se dedique, isso não importa. Você é só mais um, precisam do seu trabalho e não de você. O que fazer? Seja apenas mais um, continue invisível, mas não se esqueça que você não é. A indiferença é uma doença que está infectada na pessoa que a comete e não na que sofre. Algo as fez ficar assim, mas algumas pessoas já nascem frias e são naturalmente indiferentes aos sentimentos dos outros, são os famosos "sem alma", não que não tenham uma, mas agem como se não tivessem. 
 A situação coletiva como uma crise em um país, por exemplo, nos deixa perplexos quando percebemos a indiferença das pessoas, o fato de ignorarem o fato ou até tentarem justificar o injustificável, é apavorante. muitas vezes as pessoas justificam um erro apontando o erro de outra pessoa, e assim tornando indiferente a algo visível até para um cego. A indiferença é uma doença crônica e contagiosa que vem avançando rapidamente ao longo dos anos. 
A bíblia fala da indiferença, segue um exemplo básico:

Um dia, um líder dos judeus perguntou a Jesus o que devia fazer para ter a vida eterna. O Salvador perguntou-lhe o que diziam as escrituras. O líder disse que um homem deveria amar a Deus e também o seu próximo. Jesus disse que ele estava certo. O líder então perguntou: “E quem é o meu próximo?”Lucas 10:25–29Jesus respondeu contando-lhe uma história. Certo dia, um judeu estava andando por uma estrada que levava à Cidade de Jericó. Então apareceram uns ladrões que o roubaram e espancaram. Os ladrões deixaram-no na estrada, quase morto.Lucas 10:30Outro judeu que trabalhava no templo passou pelo mesmo caminho. Ele viu o homem machucado, mas também não o ajudou e seguiu pela estrada do lado oposto. Lucas 10:32Então veio um samaritano. Os judeus e os samaritanos não se davam bem. Mas o samaritano viu o homem e ficou com pena dele, por isso cuidou de seus ferimentos e o vestiu.Lucas 10:33–34O samaritano levou o homem a uma estalagem e cuidou dele até o dia seguinte. Quando o samaritano teve que partir, deu dinheiro ao estalajadeiro para que cuidasse do homem.

Lucas 10:34–35Depois que Jesus contou essa história, perguntou ao líder judeu qual dos três tinha sido o próximo do homem ferido. Lucas 10:36.O líder disse que fora o samaritano, porque tinha ajudado o homem. Jesus disse ao líder judeu que fosse como o samaritano.

Lucas 10:37
Veja quão antigo e frequente é este tão frio sentimento. Isso não é novo, o que não significa que deva ser tão comum.
Quero agir de forma mais amável com meus colegas, ser mais prestativa, estar sempre disposta, mas não posso em hipótese alguma esperar que as outras pessoas pensem e ajam da mesma forma comigo. Infelizmente. Porque o que esperamos é que gentileza fosse mútuo e que meritocracia fosse real, mas poucas instituições são assim. As pessoas sorriem mas geralmente são máscaras, pois tem medo de se mostrarem e serem ferido, fingem que escutam você, mas querem mesmo é ser ouvidos, não dão a mínima pra o que você diz ou pensa. Só estão ali fazendo seu trabalho, não são seus amigos, só precisam de você e quando não, te ignoram totalmente como se não o vissem e nem o conhecessem. Isso é frequente em qualquer ambiente. Uma realidade bem real. A indiferença já se alastrou, e isso não tem mais volta. Não permita que isso contagie você, não leve isso pra sua casa. 

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