Apostasia



Renúncia ou abandono de uma crença religiosa. = ABJURAÇÃORENEGAÇÃO

 Antes de qualquer coisa é interessante definir o significado da palavra “apostasia” que tem sua origem no grego e significa “estar longe de” – vivemos uma época de distanciamento: estamos sempre nos distanciando de algo, mesmo em nossos relacionamentos, bem como em nossas responsabilidades… ao logo dos séculos, desenvolveu-se uma capacidade de “estar distante, mesmo que perto”. E quando se trata da fé que professamos em Jesus Cristo, Senhor de nossas vidas, também estamos sujeitos a esse distanciamento ou declínio da fé.
O distanciamento, seja em qualquer nível, deve ser considerado como um mal, não apenas como algo normal ou geralmente como fruto de um desgaste. Gostaria de destacar a expressão que está no versículo dois, “cauterizada a própria consciência”. Essa expressão enriquece a interpretação, no sentido de que a hipocrisia tem cauterizado a consciência, pois o pecado machuca a mente dos que são de Cristo; a partir do momento que a mente já não acusa quando há pecado, podemos afirmar que estamos cauterizados – mas no sentido de que nós mesmos procuramos formas de não sentir a dor do pecado, e a distância acaba tornando-se a melhor opção.
Gostaria de dar destaque a três áreas de ação desse mal que tem sondado a igreja: doutrina, estilo de vida e adoração. 
  • Doutrina sem prática é apostasia
No versículo um encontramos a afirmação de que “alguns apostatarão da fé”. A doutrina sem fé cai na vala do legalismo moral insípido. O fato de conhecer nem sempre significa prática: toda ortodoxia tem que redundar na ortopraxia, esses dois termos têm que andar juntos. A ortodoxia sem a ortopraxia é como um médico recém formado que nunca entrou em um centro cirúrgico e já está atuando na como cirurgião; da mesma forma a ortopraxia sem a ortodoxia, é como um calouro no primeiro dia de aula executar um procedimento cirúrgico. Já o resultado das duas atuando juntas é tão lindo como as flores nascidas nos campos!
Fala-se do mal da apostasia na doutrina quando existe o distanciamento desses dois fundamentos, um tão importante quanto o outro. O texto ilustra de forma ávida que isso acontece porque “muitos obedecem a espíritos enganadores e a ensino de demônios”, esses mesmos que cauterizam a própria mente, e tem guiado as pessoas no caminho da apostasia, gerando indivíduos apostatas. O texto não apenas aponta, mas também ilustra o tipo de ensino cauterizador.
  • Estilo de vida sem santidade é apostasia
Já parou para pensar o que significa hábito? Então, hábito é o conjunto de ações pelas quais você molda sua vida nesse mundo. A forma como você vive ilustra o que você é a partir da sua experiência de mundo, e mundo é tudo aquilo que está em volta de você – todos respondemos a esses estímulos externos, de uma forma ou de outra.
Nós, cristãos, devemos responder a esses estímulos com santidade. Nosso estilo de vida não pode se distanciar da santidade: santidade e estilo de vida são uma coisa só quando se trata de um cristão verdadeiro. A apostasia faz com que moldemos Cristo à nossa própria imagem e semelhança, escondendo-nos nas inúmeras desculpas.
  • Adoração sem reverencia é apostasia
Na teologia puritana você encontra o princípio regulador do culto. Nele estão contidos princípios de como celebrar o culto voltado para a adoração a Deus. Eu não sou tão velho assim, mas lembro de uma época em que o culto era reverente. Lembro de meu pai mandando-me prestar atenção no culto e, quando chegava o momento da exposição da Palavra, a atenção era redobrada! Eu cresci nesse contexto de culto! Esse mal da apostasia nos conduz no caminho da “normalidade”… tudo é normal, seja o culto, a exposição, o louvor e até o nome de Deus!
Esse distanciamento da reverência nos conduz ao caminho do homem tornando-se o centro de tudo: o louvor tem que durar mais tempo para entreter os “irmãos jovens”, os longos avisos que parecem mais uma competição de atividades mais atraentes (ganha quem entreter mais no meio de tudo isso) e ainda sobram uns 30 minutos de exposição da Palavra… e não satisfeitos, o pastor tem que ter dinamismo “para que os irmãos não durmam”.
É esse tipo de adoração que estamos ensinando para as gerações vindouras? Queremos que as pessoas aprendam a empreender suas vidas em Cristo da mesma forma como conduzimos a igreja na adoração?
I Co. 10:31 diz: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”.A nossa vida é um culto a Deus, em todas as áreas! Seja no serviço, estudos, família, amigos, namorada, casa, carro, igreja, comida, etc. A melhor forma de prevenir-se desse mal que ronda a Igreja é entender que não existe separação entre a vida sagrada e a vida secular. Que Deus nos abençoe!  


Originalmente, apostasia em grego significava rebelião contra o governo. Por exemplo, apostasia descrevia os judeus como “rebeldes” contra o rei Artaxerxes em 1 Esdras 2:23. O termo foi então aplicado a “alguém que se rebela de Deus.” Apostasia, portanto, é um negócio sério. As pessoas que cometem apostasia abandonam sua fé e repudiam suas antigas crenças. Não é heresia (negação de uma parte da fé), ou a transferência de lealdade de um grupo religioso para outro dentro da mesma fé. Apostasia é uma rejeição completa e definitiva de Deus.
A palavra grega apostasia de que a palavra em português é derivada aparece apenas em duas passagens bíblicas. O apóstolo Paulo foi acusado de apostasia por ensinar outros “a abandonar Moisés” (Atos 21:21), e os cristãos são advertidos a não serem enganados pela apostasia generalizada que virá no fim dos tempos antes do regresso do Senhor (2 Tessalonicenses . 2:3). A apostasia do fim dos tempos está diretamente ligada ao surgimento do anticristo (2 Ts. 2:3-12; compare 1 Tm. 4:1-3).

Versículo chave
3. Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição.
4. Este se opõe e se exalta acima de tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, chegando até a assentar-se no santuário de Deus, proclamando que ele mesmo é Deus.  

2 Tessalonicenses 2:3

Muitas passagens do Novo Testamento, usando palavras diferentes, transmitem alertas contra a apostasia. Nos últimos dias, tribulação e perseguição farão com as pessoas que rejeitem a Cristo, e falsos profetas vão desviar a muitos (Mateus 24:9-11). Paulo apontado Himeneu e Alexandre, como exemplos de pessoas que tinham rejeitado a fé (1 Tm. 1:20). O apóstolo Pedro alertou os crentes em Cristo que, deliberadamente, se afastaram, como “piores do que antes” (2 Pd. 2:2-22). O escritor de Hebreus se refere àqueles que acreditaram e, em seguida, se afastaram da fé, como estando em um estado desesperado, sem possibilidade de arrependimento posterior (Hb 6:1-6). Ele estava falando especificamente de cristãos judeus que voltaram para a prática de oferecer sacrifícios de animais para o perdão dos pecados. Este era o mesmo que profanar o sangue de Cristo que foi derramado na cruz por nós (Hebreus 10:2-31).

 Timótio 4:1 Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios,  2 pela hipocrisia dos que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência,  3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade;  4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável,  5 porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.  6 Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido.

Fonte: Holman Treasury of Key Bible Words de Eugene E. Carpenter e Philip W. Co
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