Um estudo Bíblico por Jack Kelley –
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Primeiro, Alguns Pontos Genéricos
O Arrebatamento não é outro nome para a Segunda Vinda. Como 1 Tes 4.15-17 e João 14.1-3
explicam, o Arrebatamento é um evento secreto, não agendado, onde Jesus
vem a meio caminho da terra para encontrar Sua Igreja nos ares e nos
levar para estar com Ele onde Ele está agora. Eu digo não agendado e
secreto porque a sua cronologia específica permanece desconhecida até
que ele verdadeiramente ocorra.
Por outro lado, a Segunda Vinda é um evento
público agendado em que Jesus vem até a terra com Sua Igreja para
estabelecer um Reino aqui. Eu digo agendado e público porque o tempo
geral da Sua vinda será conhecido na terra com mais de 3 anos e meio de
antecedência, e público porque todos na terra serão capazes de
testemunhar Sua chegada. Mat 24.29-30 diz que isso
acontecerá imediatamente após a Grande Tribulação e todas as nações
verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu.
A afiliação à Igreja e, portanto, a
participação no Arrebatamento depende de ter pessoalmente aceitado a
morte do Senhor como pagamento total por seus pecados. Ainda que Sua
morte tenha na verdade comprado o perdão para todos, nós temos que
pessoalmente pedir para ter o nosso ativado. Todos os que pedem salvação
recebem um incondicional, irrevogável “Sim!” (Mat 7.7-8, João 3.16, Efé 1.13-14). “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós” (2 Cor 1.20).
Isso é Grego Para Mim
E finalmente, ainda que os cínicos possam
verdadeiramente dizer que a palavra Arrebatamento não aparece em nenhuma
passagem das Escrituras, a declaração não é correta em sua intenção.
Arrebatamento (rapto) é uma palavra de origem latina, não hebraica ou
grega, as línguas da Bíblia. (A mais antiga tradução da Bíblia foi para o
latim, e a palavra rapto vem dela). O seu equivalente grego é harpazo, que é encontrada no texto em grego de 1 Tes 4.17. Quando traduzidas para o Inglês (e outras línguas), ambas as palavras significam “ser apanhado, ou surrupiado”. Harpazo,
a palavra que Paulo realmente usou, vem de raízes que significam
“erguer do chão” e “tomar para si mesmo” e implicam em que ao fazê-lo o
Senhor está ansiosamente nos reclamando para Si mesmo. Então, enquanto a
palavra latina não aparece em nossas Bíblias, o evento que ela descreve
certamente sim. Há uma situação similar com a palavra Lúcifer, também
de origem latina. Ela não aparece em nenhum dos textos originais também,
mas ninguém seria tolo o bastante para negar a existência de Satanás em
uma base tão débil.
Com essa introdução, vamos primeiro à mais bem conhecida das passagens do Arrebatamento.
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do
Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não
precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o
Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tes 4.15-17).
A maioria de nós está familiarizada com esses
versos. Mas note que eles não lhe dizem quando o arrebatamento
ocorrerá, mas somente que ocorrerá. Note também que o Senhor na vem todo
o caminho até a terra. Nós o encontramos nas nuvens e então, de acordo
com João 14.1-3, voltaremos com Ele para o lugar de
onde veio. Se isso fosse a 2ª Vinda, Ele estaria vindo aqui para estar
onde estamos, não para nos levar para onde Ele está.
Paulo descreve o mesmo evento em 1 Cor 15.51-52.
Em um instante, em um piscar de olhos, os mortos em Cristo
ressuscitarão e os vivos serão transformados. Ali ele diz que está
revelando um segredo, mas a ressurreição dos mortos não era um segredo.
Ela pode ser encontra em todo o Antigo Testamento. O segredo era que
alguns não morrerão, mas serão levados vivos para a presença do Senhor
em seguida a uma transformação instantânea. O arrebatamento acontece
rapidamente. Em um momento estamos caminhando na terra e no momento
seguinte estamos no Reino.
Não tente usar a referência à trombeta no
verso 52 para marcar a cronologia. Há várias “Ultimas Trombetas” na
Bíblia e na tradição judaica. Esse verso significa somente que será a
última trombeta que ouviremos antes de ser transformados. Como tanto a
passagem de Coríntios como a de Tessalonicenses descrevem a mesma coisa,
é seguro assumir que essa trombeta é a mesma mencionada em 1 Tes 4.16 e não nos aponta para nenhum outro evento.
Assim, essas duas referências dizem que uma
geração de humanos não morrerá, mas será repentinamente transformada de
nossa forma terrena para a celestial. E, como tanto Mat 24.31 (ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus) quanto Apo 17.14 (vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis)
dizem que estaremos com o Senhor quando Ele retornar, isso tem que
acontecer algum tempo antes da 2ª Vinda. E não podem ser somente os
crentes ressuscitados voltando com Ele porque as passagens do
Arrebatamento acima dizem que seremos transformados ao mesmo tempo em
que os mortos são ressuscitados.
Então Quando Isso Acontece?
No Novo Testamento, a mais clara indicação que conseguimos no departamento de cronologia é encontrada em 1 Tes 1.9-10. “Porque
eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e
como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e
verdadeiro, E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os
mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”. A palavra grega traduzida como “da” nesta passagem é “apo”.
Tomada literalmente, ela significa ser resgatado do tempo, lugar ou de
qualquer relação com a Ira de Deus. Isso denota tanto afastamento quanto
separação. Isso é apoiado por 1 Tes 5.9 que declara, “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Alguns gostam de apontar que você não pode
usar a Ira de Deus intercambiavelmente com a Grande Tribulação. Elas não
são a mesma coisa, eles dizem. E estão certos, os dois termos não são
sinônimos. A Grande Tribulação tem a duração de 3 anos e meio e começa
em Apo 11-13. Já a Ira de Deus é muito mais longa, começando em Apo 6,
como o verso 17 explica. Os advogados do arrebatamento Pós-Tribulação e
Pré-Ira tentam negar, mas as Escrituras são claras. O tempo da Ira de
Deus começa com o Juízo dos Selos. O Juízo das Taças, que acontece
depois, não inicia o tempo da Sua Ira, eles concluem (Apo 15.1). Ser resgatada do tempo, do lugar e de qualquer relação com a Ira de Deus significa que a Igreja tem que desaparecer antes de Apo 6, e é por isso que cremos que o Arrebatamento acontece em Apo 4 e a Igreja é o grupo de crentes visto no Céu em Apo 5.
Seja Você o Juiz
Agora, vamos aplicar o teste do meu
questionador. Poderia um crente, assentado sozinho na proverbial ilha
deserta com nada mais que uma Bíblia e sem idéias pré-concebidas
concluir que há um Arrebatamento pré-tribulação somente lendo sobre
isso, ou ele somente poderia ser guiado a esta posição ouvindo primeiro
alguém lhe ensinar sobre ela?
Bem, de Isa 13.9-13 e Amós 5.18-20
ele teria aprendido que Deus irá julgar a terra por seus pecados em um
tempo terrível chamado o Dia do Senhor, quando Ele derramará Sua Ira
sobre a humanidade.
Lendo Mat 24.21-22, ele
aprenderia que esse tempo de julgamento seria tão ruim que, se o Senhor
não pusesse um fim a ele, ninguém sobreviveria. Mas o Senhor porá um fim
a ele voltando em poder e glória. Sabe que o Senhor não voltou ainda,
ele saberia que a Ira de Deus ainda está no futuro.
Quando chegasse a 1 Tes 1.9-10,
ele veria uma declaração bastante clara. Jesus nos resgata da ira
vindoura. Na metodologia do “quem, o que, onde, quando e porque” dos
repórteres investigativos, ele teria o Quem (Jesus), o o que (nos
salva), e o quando (o tempo da ira por vir). Lendo adiante ele chegaria a
1 Tes 4.15-17 e teria o onde (da terra para as nuvens) e em 1 Tes 5.9 o porque (porque não estamos destinados à ira).
Daí ele logicamente concluiria que, já que
seremos resgatados por volta do tempo da ira vindoura e como não estamos
destinados para a ira, nosso resgate teria que precedê-la. Ele poderia
também responder outra das perguntas do repórter investigativo em 1 Tes 4.15-17
e seria assim que aconteceria. O Senhor mesmo descerá do Céu para a
nossa atmosfera e repentinamente nos arrebatar da terra para encontrar
com Ele lá. No capítulo 5 ele aprenderia que nunca saberia o tempo exato
desse evento mas somente que precederia a ira futura.
É claro que há muitas outras passagens que Eu
poderia referenciar, mas acho que coloquei o meu ponto e respondi às
perguntas. De fato, eu darei mais um passo. Creio que como nosso leitor
hipotético não tem ninguém para persuadi-lo de forma diferente, ele
assumiria o que está lendo como literal. E se esse for o caso, então a
posição pré-tribulacionista é a única conclusão a que ele poderia
logicamente chegar, porque todas as outras posições requerem uma
reinterpretação de moderada a massiva das Escrituras.
Eu defendo que deixado sozinho para digerir
isso somente com a ajuda do Espírito Santo, ele esperaria ser arrebatado
antes de a Ira de Deus começar em Apo 6. Você vê, Deus
não escreveu a Bíblia para nos confundir, mas para nos informar. É a
humanidade que misturou tudo. Se você der o Espírito Santo a um
estudante de mente limpa, não contaminada por opiniões e preconceitos
humanos, Ele traria tal pessoa ao entendimento do Arrebatamento que é
mais consistente com a interpretação literal das Escrituras. E isso
requer um arrebatamento pré-tribulação.
Mas Espere, Tem Mais
Enquanto estamos no tópico, há um outro
assunto que aponta para um Arrebatamento pre-tribulação e nos vem na
forma de uma pista em 1 Tes 4.15, logo no começo da passagem do Arrebatamento. O verso 15 começa com a frase “Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor”.
Simplesmente não há no Novo Testamento lugar algum em que Jesus tenha
falado sobre alguns serem ressuscitados e outros serem transformados
para encontrar o Senhor nos ares. Ele nunca disse nada parecido com
isso, nem mesmo insinuou tal coisa.
Aqueles que crêem vê-lo em Mat 24.40-41
primeiramente têm que ignorar o fato de que Jesus estava explicando
eventos na terra no próprio dia de Seu retorno, o que colocaria o
Arrebatamento após a 2ª Vinda, algo em que ninguém acredita. Eles também
têm que ignorar o fato de que em Mat 24.40-41 tanto
crentes quanto descrentes são mandados para algum lugar, os crentes
sendo recebidos para Ele, enquanto os descrentes são lançados fora. Você
tem que pesquisar as palavras gregas traduzidas como “levado” (paralambano) e “deixado” (alphiemi)
para descobrir isso, mas quando o fizer você verá que o português é
enganoso. Nenhum ponto de vista do Arrebatamento inclui o posicionamento
dos não crentes, nem mesmo menciona isso.
Por falar nisso, este é um grande exemplo do
porque de a interpretação literal, histórica, gramatical ser tão
importante. Nossa Bíblia foi basicamente escrita em Hebraico e Grego.
Toda tradução se baseia no movimento das palavras de uma língua para
outra. Esse processo nem sempre produz um encaixe perfeito, e assim
homens eruditos tem que fazer concessões a isso e exercer seu próprio
julgamento de tempos em tempos. Mas os homens não são perfeitos. Todos
nós temos nossos defeitos. Quando se trata de um assunto importante onde
você quer um significado exato é sempre bom verificar novamente o
trabalho deles.
Felizmente temos uma inacreditável ferramenta
na Concordância de Strong. Ela contém cada palavra hebraica e grega da
Bíblia com seus significados primários e secundários, com que freqüência
cada palavra aparece na Bíblia e quais significados são usados em cada
utilização. Você pode comparar esses com o significado que os tradutores
usaram e ver se concorda com seu tratamento da passagem. Fazendo isso
com Mat 24.40-41, você descobrirá que o significado principal de paralambano é receber e que o significado principal de alphiemi é lançar fora.
Pessoas com uma disposição pós-tribulacionista lêem 1 Tes 4.15, e então se voltam para Mat 24.40-41
onde encontram um grupo sendo “levado” e outro sendo “deixado” após o
fim da Grande Tribulação. Presumindo que essas eram as próprias palavras
do Senhor a que Paulo se referia, eles param por ai. Viram o que
queriam ver.
É
claro que nada disso diz respeito ao nosso leitor na ilha deserta acima.
Os versos que usei lá são claros o bastante para não necessitar
qualquer pesquisa na língua original. Então, ele não precisaria de uma
Concordância de Strong, somente da Bíblia.
Qual é o Ponto?
Se Jesus nunca ensinou sobre o Arrebatamento,
a quais das “próprias palavras do Senhor” Paulo se referia? Alguns
dispensam a frase, dizendo que Paulo estava falando de uma conversa que
teve com o Senhor que não aparece nas Escrituras. Mas eu creio que
merecemos uma resposta melhor do que essa. Lembre-se, 1ª Tessalonicenses
foi provavelmente a primeira comunicação escrita de Paulo, realizada em
51 AD. Dependendo da opinião de quem você aceita, o Evangelho de Mateus
estava ou sendo escrito ou há cerca de 10 anos à frente. Aqueles que
lhe atribuem uma data mais antiga dizem que foi escrito aos Judeus em
Jerusalém e deve até mesmo ter sido escrito em Hebraico. Em qualquer dos
casos, nem este nem qualquer outro evangelho estava ainda em ampla
distribuição. (O Evangelho de Marcos, o outro candidato para o mais
antigo a ser escrito, não contem um equivalente de Mat 24.40-41). Então, se Paulo estava se referindo às Escrituras, como creio que estava, tinha que ser o Antigo Testamento.
Sim, como tudo mais no plano de Deus, você
encontrará pistas do Arrebatamento até mesmo no Antigo Testamento. Veja
esta passagem de Isa 26.19-21. “Os teus mortos e
também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os
que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e
a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus
quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento,
até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para
castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade, e a terra
descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos”.
Note como os pronomes mudam da segunda pessoa
quando Deus fala do Seu pova para a terceira pessoa quando Ele fala do
povo da terra. Isso significa que os dois grupos são diferentes. Àqueles
chamados de “meu povo” é mandado “entrar em seus quartos (lugares)” (os
lugares de João 14.1-3?) por que os outros, chamados
de “os moradores da terra”, serão punidos por seus pecados em um período
de tempo chamado de Sua Ira. Parece familiar? (Nota: a palavra hebraica
traduzida como “vai” na frase “Vai, pois, povo meu” é traduzida como
“vem” em algumas traduções, lembrando o comando dado a João em Apocalipse 4,
“Sobe aqui!”, mas a palavra tem outro significado principal que é meu
favorito. Ela significa desaparecer. “Desaparece, pois, povo meu!” Sim,
nós vamos.)
Nem com um esforço de imaginação essa
passagem já foi cumprida literalmente. Ela é uma profecia para os Tempos
do Fim que promete uma ressurreição dos mortos e a ocultação do povo de
Deus enquanto a Ira de Deus é liberado sobre o povo da terra por seus
pecados. E ela foi escrita 2750 anos atrás. A ocultação dos Judeus no
deserto na terra no começo da Grande Tribulação (Apo 12.14)
não pode ser considerada como um cumprimento para esta passagem porque
nenhuma ressurreição a acompanha. (A ressurreição de crentes do Antigo
Testamento acontece no final da Grande Tribulação – Dan 12.2.)
É claro, ninguém sabe com certeza que essa
seja a passagem a que Paulo se referiu, nas como evidência de sua
influência sobre ele, vamos compará-la com o que Paulo escreveu em 1 Tes 4-5.
Isaías: Os teus mortos e também o meu
cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no
pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra
lançará de si os mortos.
Paulo: Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Isaías: Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.
Paulo: Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares.
Isaías: Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade.
Paulo: Pois que, quando disserem: Há paz e
segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de
parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
As palavras são um pouco diferentes, mas realmente me parece que estão descrevendo o mesmo evento.
E Ainda Tem Mais
Há outras sólidas razões teológicas porque a
Igreja será arrebatada antes de começarem os juízos dos Tempos do Fim.
Uma é que o Senhor parece manter separados Israel e a Igreja, nunca
lidando com ambos ao mesmo tempo (Atos 15.13-18). Se o propósito primário da 70ª semana de Daniel é finalmente cumprir as seis promessas a Israel em Daniel 9.24, então a Igreja tem que desaparecer.
Outra é que a Igreja foi purificada na cruz
momento em que toda punição devida a nós foi carregada pelo próprio
Senhor. Daquele momento em diante a Igreja é considerada por Deus como
sendo tão reta quanto Ele (2 Cor 5.17 e 21). A idéia de
que a Igreja necessite se submeter a alguma disciplina para se torna
digna de habitar com Deus é contra as Escrituras e nega a obra completa
do Senhor na cruz.
E terceiro, o propósito declarado da Grande
Tribulação é bifacetado: purificar Israel e destruir completamente as
nações descrentes (Jer 30.1-11). A Igreja não está destinada a nenhuma dessas conseqüências.
Há também diversas sub-pistas que por si só
não podem ser usadas para apoiar a posição pré-tribulacionista, mas que
sublinham a validade das passagens claras que acabei de citar. Tome por
exemplo o fato de que Enoque, que carrega uma grande similaridade com a
Igreja, desapareceu antes do Grande Dilúvio, que os anjos não puderam
destruir Sodoma e Gomorra até que Ló e sua família estivessem a salvo, e
que faltou Daniel na história da fornalha ardente, um modelo da Grande
Tribulação.
Quando o Senhor descreveu Sua vinda em Lucas 17.26-29
Ele disse que seria tanto como os dias de Noé (alguns serão preservados
através dos julgamentos) quanto como os dias de Ló (alguns serão
tirados antes deles). E quanto à promessa que Ele fez à Igreja de
Filadélfia de que nos manteria fora da “hora” da tribulação vindoura
sobre todo o mundo (Apo 3.10). Será isso o mesmo que a “hora” da destruição de Babilônia em Apo 18?
Mas ao me pedirem para citar versos que não
requeiram qualquer conhecimento anterior eu peguei dois que são os mais
claros para mim, 1 Tes 1.9-10 e Isa 26.19-21.
E assim, pelo testemunho de duas testemunhas, uma no Antigo Testamento e
outra no Novo, nós vemos a separação física entre crentes e descrentes
antes do tempo do Julgamento. E pelo testemunho de duas testemunhas uma
coisa deve ser estabelecida (Deu 19.15).
É claro que alguns não se convencerão até que
lhes mostremos um verso que diga que o Arrebatamento precederá a Grande
Tribulação com todas as palavras. Obviamente, tal verso não existe. Eu
acho que teremos que esperar e explicar isso a eles a caminho do Céu.
(Por que o Senhor não Mencionou o Arrebatamento?)
Um Estudo Bíblico por Jack Kelley – www.gracethrufaith.com
Em 51 AD, quase 20 anos após a ressurreição, o
Apóstolo Paulo se tornou o primeiro a revelar o incrível segredo que se
tornaria conhecido como o Arrebatamento da Igreja. Ele o fez nos
primeiros comunicados escritos, sua primeira carta aos Tessalonicenses (1 Tes 4.16-17), repetindo-o quatro anos depois em uma carta aos Coríntios (1 Cor 15.51). Ao fazê-lo, Paulo finalmente identificou o grupo mencionado em Mat 24.31, que estaria no Céu aguardando para voltar com o Senhor em Sua 2ª vinda.
De Tessalonicenses sabemos que, no
Arrebatamento, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro para serem
seguidos imediatamente pelos crentes restantes e ainda vivos.
Concernente aos crentes vivos, a carta de Paulo aos Coríntios explica
que num piscar de olhos, seremos transformados de mortais em imortais,
desviando completamente da morte. De qualquer forma, em menos do que um
instante chegaremos juntos ao Céu. Como todos os que crêem no
Arrebatamento da Igreja concordam que ele acontecerá algum tempo antes
da 2ª vinda, o grupo no Céu os quais o Senhor envia os anjos para reunir
em Mat 24.31 tem que incluir crentes ressurretos e arrebatados da era da igreja.
Como um aparte, aqueles que discutem essa
doutrina declaram que a palavra arrebatamento não aparece na tradução de
nenhuma das cartas de Paulo citadas acima (nem em qualquer outro lugar
das Escrituras com esse sentido) e é claro que estão corretos. A palavra
grega que Paulo usou originalmente para descrever o arrebatamento em 1 Tes 4.17 é harpazo, normalmente traduzida como “levado para cima” em português.
Por causa da crescente dominância do Império
Romano nos tempos bíblicos, o latim substituiu rapidamente o grego como a
língua comum do mundo, e assim em 400 AD a Bíblia foi traduzida do
hebraico e do grego para o latim. Harpazo se tornou raptus,
a raiz latina para a palavra rapto. Ela significa “transportar uma
pessoa de um lugar para outro”. Arrebatamento é um sinônimo de rapto,
especialmente quando se trata de transportar uma pessoa ao céu. Então,
foi a versão em latim que deu ao evento o seu nome. Nossas traduções
atuais são feitas diretamente a partir dos mais antigos textos gregos, e
é por isso que a palavra arrebatamento não aparece nelas.
Por que a Demora?
Mas por que o Senhor não anunciou todo o
assunto da salvação para os gentios incluindo o Arrebatamento da Igreja
durante Seu tempo aqui? Por duas razões. Primeiro Israel precisava
receber uma oferta de fidedigna do Reino. O Seu comprometimento com eles
era claro. A primeira vez que enviou os discípulos para ministrar, Ele
lhes disse, “Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos” (Mat 10.5).
E mais tarde, quando os discípulos Lhe pediram para atender uma mulher
gentia cuja filha necessitava de cura, Ele a princípio negou dizendo, “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mat 15.23-24). Antes que pudesse expandir Seu ministério aos gentios, Ele tinha que cumprir Sua promessa a Israel.
Então, assim como oferecera reconciliação aos Amorreus no tempo de Abraão, sabendo de antemão que eles O rejeitariam (Gen 15.16),
o Senhor estendem Sua oferta de um Reino a Israel. E é claro que Israel
rejeitou Sua oferta atribuindo o poder por trás de Seus milagres a
Satanás (Mat 12.22-37), e eventualmente acusando-O de blasfêmia (Mat 26.65). Essa rejeição foi confirmada a eles na parábola dos lavradores maus (Mat 21.13-44). Mas a ordem predeterminada de primeiro os judeus depois os gentios (Rom 1.16) tinha que ser observada. (As Escrituras Proféticas nos dizem que Israel terá outra chance, e da próxima vez eles aceitarão).
Em Segundo lugar, sabendo antes da história
que os judeus O rejeitariam na primeira vez, o Senhor sempre planejara
estender Sua oferta de salvação aos gentios, e isso significava que algo
realmente dramático tinha que acontecer. Os gentios eram pecadores
ainda piores que os judeus, que ao menos faziam tentativas periódicas de
obedecer. Mas por 4000 anos o Senhor havia demonstrado através de Seu
povo que nenhum nível de excelência no comportamento humano poderia
jamais alcançar Seus requisitos para a salvação. E mesmo com o mais
complexo sistema religioso jamais idealizado, a mais cara casa de
adoração jamais construída, o povo mais consciente dos detalhes jamais
criado e o mais agressivo sacrifício de sangue inocente jamais
realizado, o placar final no final da Dispensação da Lei era de zero
almas salvas através de serviços religiosos (Rom 3.20).
Pelo Menos Alguém está Ouvindo
Bem, Ele não os convenceu, mas convenceu
Satanás, que acreditou que eventualmente toda a humanidade terminaria
com ele na coluna de perdas do balanço, judeus e gentios igualmente.
Certamente então o Senhor teria que rescindir o julgamento contra
Satanás (Isa 14.16-21). A final de contas, era ele pior
que a humanidade pecadora? Não haviam eles também se rebelado, tentado
criar seus próprios reinos, e até mesmo tentado se tornar seu próprio
deus? O Deus que é Amor não poderia ficar parado e deixar todos os seus
preciosos filhos irem para o inferno só para punir Satanás, poderia? E
se Ele dobrasse as regras por eles, teria que dobrá-las por Satanás.
Surpresa, Surpresa
Mas ninguém sabia o que o Senhor havia
arranjado para solucionar esse problema. Tendo sabido desde o começo que
não poderíamos salvar a nós mesmos por nossas próprias obras, Ele
determinara antecipadamente que Ele nos salvaria por nossa fé. Isso
significava que alguém qualificado para fazê-lo teria que se apresentar e
sofrer a penalidade por nossos pecados em nosso lugar. Então Deus
poderia nos prometer que se aceitássemos essa substituição pela fé, nós
seriamos salvos.
É claro que O único qualificado para fazer isso por nós era o próprio Deus. Assim Ele o fez. “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Cor 5.21). E como uma bênção especial por “crer apesar de não ter visto” (João 20.29) Ele foi até o ponto de tornar a Sua Igreja uma classificação separada da humanidade (Efé 2.15),
dando-nos um lugar preeminente no Seu Reino e prometendo nos levar para
fora deste mundo para estar com Ele para sempre em uma secreta,
repentina partida, que nós agora chamamos de Arrebatamento. E apesar de
podermos olhar para trás e ver pistas do Seu plano por todo o Antigo
Testamento (Isa 49.6, por exemplo), nem Satanás, ou os
líderes de Israel, nem mesmo os discípulos mais próximos do Senhor
imaginavam que Sua morte na cruz tencionava realizar tudo isso.
“A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu;” escreveu Paulo, “porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Cor 2.8). Está implícita na frase “príncipes deste mundo” uma referência a Satanás, a quem Paulo chamou de “o deus deste século” em2 Cor 4.4.
Se Satanás soubesse que seus esforços para derrotar o Senhor matando-O
resultaria em sua própria total derrota, ele teria feito qualquer coisa
que pudesse para evitá-lo.
Eu Tenho Um Segredo
Por essas razões o Arrebatamento uma Igreja
em grande parte gentia tinha que ser mantido em segredo. Era parte da
sabedoria secreta de Deus, disse Paulo, “a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória” (1 Cor 2.7).
Paulo não estava autorizado a revelar isso até quase 20 anos após a
morte do Senhor, quando já era tarde demais para fazer qualquer coisa a
respeito, mas foi o que ele quis dizer quando escreveu aos Colossenses, “E, despojando os principados e potestades (sofrendo a penalidade por nossos pecados) , os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Col 2.15).
(É fácil esquecer que até a visão de Pedro e a subseqüente visita à casa de Cornélio, detalhadas em Atos 10,
a maioria dos crentes vinha do meio dos judeus. A aceitação dos gentios
na igreja não se tornou política oficial até o concílio de Jerusalém,
13 anos após isso, em Atos 15).
O que era para ser a maior vitória de Satanás
resultou em uma total derrota. Agora os únicos do seu lado do balanço
serão aqueles que escolherem estar lá rejeitando a oferta de perdão de
Deus. Sua escolha alivia a Deus da responsabilidade. Ele ainda lamenta
por eles, mas não pode anular seu direito soberano de escolher seu
próprio destino. E já que escolheram se juntar a ele, Satanás não os
pode usar como padrão para conseguir uma melhor barganha para si mesmo.
Concluindo...
A enormidade do Dom da Graça de Deus,
disponibilizada aos judeus e aos gentios igualmente, e selada com a
presença interior do Espírito Santo, é algo tão inacreditável que nem
Paulo nem qualquer outro Apóstolo jamais foi capaz de descrevê-la
adequadamente. O melhor que Paulo pode fazer foi emprestar uma passagem
de Isaías, “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não
subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o
amam” (1 Cor 2.9). Amem a isso.
E assim, um dia em breve, sem aviso prévio e no momento em que o mundo menos O esperar, “mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com
eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor” (1 Tes 4.16-17). Não há condição
precedente, nada precisa acontecer antes, exceto que se quiser ser
incluído você tem que dar seu coração a Ele que está vindo antes do soar
da trombeta. Melhor fazê-lo agora mesmo, porque se ouvir com atenção,
você quase pode ouvir os passos do Messias.
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