Encontramos
o fio da meada para a resposta em Ezequiel 37. Segundo a seqüência
lá encontrada, primeiro os judeus retornam à sua terra como monte
de "ossos secos" vindos da dispersão para Sião. Enfim
de volta à terra de seus pais, "havia tendões sobre eles,
e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles", isto é,
os que voltaram para casa se tornaram um corpo nacional, o que começou
a acontecer em 1948 com a fundação do Estado judeu. Só
bem no final, como terceira e última etapa, o Espírito de Deus
entrará neles. Só então, a sua posição de
direito se transformará de fato na situação para que foram
predestinados e que corresponde ao caráter que deveriam ter, ou seja,
eles se tornarão em povo santo de Deus também na prática.
Atualmente o corpo está se formando, o recipiente vazio toma forma, o
que representa a condição para que possa receber dentro de si
o Espírito de Deus. Nos exemplos a seguir podemos ver que o recipiente
já vai assumindo formato bíblico:
O
povo
Os judeus são
em primeiro lugar um só povo. Não uma religião pela qual
cada um se decide individualmente, mas um povo pelo qual Deus se decidiu. Pois
como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó foram escolhidos por
Deus, sendo, portanto, um só povo por descendência. O fato dos
escolhidos adorarem o Deus que os escolheu, a JHWH, é apenas uma conseqüência
dessa eleição divina. Por exemplo, reconhece-se que os judeus
são um só povo, por fazerem parte do povo de Deus inclusive aqueles
judeus que não têm vínculo algum com a religião judaica.
Nos quase 2.000 anos de diáspora (dispersão) entre todos os povos,
os judeus continuaram isolados como um povo e sobreviveram a todas as ondas
de perseguição. Assim Deus preservou os judeus como um povo –
os religiosos e os não-religiosos – até aos dias de hoje. O Estado
de Israel é, portanto, a continuação do povo bíblico,
o que se mostra inclusive nos cohanin, os descendentes de Arão,
que são os únicos a possuírem o gene YAP DYS19B.
A
terra
"Tomar-vos-ei
de entre as nações, e vos congregarei de todos os países,
e vos trarei para a vossa terra. Habitareis na terra que eu dei a vossos pais.
(Ez 36.24,28a). Quando, no começo do século, o movimento sionista
enfrentou resistência em seus esforços de se estabelecer em Eretz
Israel (a terra de Israel), surgiu a tentação de se criar o Estado
judeu em Madagáscar ou em Uganda. Mas por esta não ser a pátria
bíblica, esses planos resultaram em nada. Assim, o Estado de Israel surgiu,
apesar de toda a oposição, nas terras bíblicas segundo
as promessas divinas, e as novas aldeias e vilas foram sendo construídas
em cima de ruínas de lugares bíblicos. Nisso se reconhece que
Deus trouxe os judeus de volta para sua pátria bíblica.
A
língua
A língua
oficial de Israel é o hebraico bíblico enriquecido com vocábulos
modernos e se chama "ivrit". Isso significa que hoje poderíamos
conversar com o rei Davi, com o profeta Isaías e com o apóstolo
Paulo. Elieser Ben-Yehuda (1858-1922) ressuscitou e deu nova vida ao hebraico
bíblico, que, na Diáspora, era a linguagem usada na liturgia e
na teologia. A língua hebraica se manteve em seu estado original e não
se modificou com o passar do tempo como aconteceu com as outras línguas
vivas (por exemplo, o grego) porque ficou hibernando por quase 2.000 anos e
conservou-se igual ao hebraico bíblico original.
A
moeda
Já há
2.000 anos a.C. o "shekel" (siclo) era uma moeda. Abraão pagou
a caverna de Macpela com 400 siclos de prata (Gn 23). O siclo era a moeda para
se pagar o tributo ao templo em Jerusalém. Em 1982, Israel reintroduziu
essa moeda bíblica e passou a usar outra vez o siclo como moeda corrente.
A
religião
Outras religiões
se modificaram, reformas e contra-reformas adaptaram as religiões ao
espírito de cada época. Com o judaísmo não foi assim.
A religião judaica se ateve teimosamente aos preceitos da Bíblia.
Nem o hebraico bíblico podia ser revisado, para se ter a garantia de
que as normas e mandamentos religiosos oriundos da Bíblia, as orações,
festas e rituais se mantivessem inalterados. Do sábado não se
fez o domingo, os dias continuam a começar pelo anoitecer, a direção
para se orar continua sendo Jerusalém. A circuncisão, o xale de
oração, a trombeta de chifres tocada nas festas e os rolos da
Torá escritos à mão continuam sendo os mesmos como nos
tempos bíblicos.
A
legislação
Apesar de Israel
ser um Estado democrático moderno, sua legislação se baseia
em fundamento bíblico. Assim, em Israel não existe casamento civil,
só a cerimônia religiosa rabínica, segundo a qual os cohanin
(descendentes de Arão) não podem casar com pessoas separadas.
Contratos de arrendamento só têm validade por 49 anos, para que
no 50º ano, que é ano de jubileu, tudo volte às mãos de
seus proprietários originais. Soldados israelenses prestam juramento
com a Bíblia sobre o peito e com a arma na mão. E ainda não
existe uma Constituição em Israel. Desse modo, a lei bíblica
continua sendo a instância máxima para a legislação
em Israel.
Tudo
em Israel...
...tem idade
bíblica, mas isso não faz de Israel um museu. Ele é um
dos países mais modernos do mundo. Em outros lugares se abandonam as
tradições dos antepassados, mas em Israel existe uma volta à
antiga Bíblia. Assim, Israel vai se tornando mais e mais um recipiente
com formato bíblico para, algum dia, estar em condições
de receber em si o Espírito de Deus (Ez 37 e Jr 31). Por enquanto Israel
é bíblico apenas em sua forma exterior, mas interiormente ainda
não, contudo todas as coisas têm a sua hora para acontecer. (israel
heute)
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